Filtros em Sistemas Hidráulicos

Como sabemos, o maior inimigo dos sistemas hidráulicos é o fluido contaminado com uma mistura de objetos estranhos/poluentes no sistema. Isso danifica os componentes e reduz drasticamente a vida útil do sistema. Aproximadamente 75% dos problemas encontrados em sistemas hidráulicos são causados por sujidades. É de grande importância usar filtros, troca-los de adequadamente e realizar análises periódicas.

Antes de passar para os tipos de filtro, vamos falar sobre o que é mícron. Um milésimo de 1 mm é chamado de mícron. Por exemplo, podemos pensar que um fio de cabelo tem 75 mícrons e um grão de sal tem 100 mícrons. As folgas entre as engrenagens de uma bomba de engrenagens e o corpo/rolamento estão na faixa de 25 a 75 mícrons, enquanto a folga entre o carretel de uma válvula de controle e o corpo da válvula está na faixa de 3 a 8 mícrons. Por esta razão, podemos dizer que partículas estranhas no fluido afetam consideravelmente o funcionamento dos componentes hidráulicos..

Podemos dividir os filtros utilizados em sistemas hidráulicos em quatros grupos de acordo com o local de utilização:

1.Filtros de sucção

Esses filtros são do tipo superfície, filtros feitos com telas de aço inoxidável que se conectam por dentro ou fora do reservatório à linha de sucção protegendo a bomba. Normalmente são usados modelos de 100 a 149 mícrons.

2.Filtros de pressão

São filtros do tipo profundidade, em geral confeccionados com meios filtrantes sintéticos (microfibra de vidro) resistentes a alta pressão, conectados à linha de pressão. Ele protege componentes como válvulas de controle direcional e motores no sistema. Modelos de 5 ou 10 mícrons absolutos são usados. Graças à válvula de retenção em sua estrutura, quando o filtro está entupido, um aviso é enviado ao indicador de entupimento. Assim, o elemento filtrante é inspecionado. Quando o indicador atingir a área amarela, o elemento filtrante deve ser substituído. O corpo do filtro pode ser feito de material de aço ou alumínio.

3.Filtros de retorno

São os filtros que se conectam à linha de retorno do fluido que circula no sistema de volta ao tanque. Geralmente, são usados modelos com 10 mícrons nominais ou absolutos. Possui válvula de retenção em sua estrutura. Em caso de entupimento ou quando o fluxo de óleo é bloqueado, o fluido retorna ao tanque através da válvula de retenção.

4.Filtros de respiros de ar/dissecantes

permitem o fluxo de ar limpo evitando a entrada de dois contaminantes cruciais: umidade e partículas. Equipamentos como caixas de engrenagens, bombas e reservatórios hidráulicos devem “respirar” quando o ar no sistema se expande ou se contrai devido a mudanças de temperatura e mudanças de nível de óleo no caso de sistemas hidráulicos, fluido de entrada desloca ar ou quando componentes hidráulicos estão funcionando. Cada vez que o equipamento “respira”, sujeira, detritos e umidade são trazidos, contaminando o fluído e danificando o equipamento ao longo do tempo. Pelo menos metade da contaminação do fluído vem de máquinas externas e a maioria das máquinas é projetada para “respirar”, é uma boa ideia barrar esses contaminantes antes que entrem no sistema.

Quando determinamos um tamanho de filtro, será útil escolher um filtro que lide com 3 vezes a vazão da bomba praticamente. Por exemplo, se a vazão do nosso sistema for de 30 litros/min, podemos escolher um filtro com capacidade de vazão de 90 litros/min. Caso contrário, a passagem do óleo será difícil, parte do fluido pode passar pela válvula de retenção sem ser filtrada e o elemento filtrante pode ser danificado.

Por fim, vamos falar sobre a relação beta, que expressa a eficiência do elemento filtrante. Essa razão expressa é a razão entre o número de partículas que entram no elemento filtrante em um determinado tamanho e o número de partículas que saem. Na verdade, estamos interpretando quantas partículas um filtro pode conter. A preferência por filtros com alta relação beta é importante para a manutenção do sistema.